Aí vem tudo de novo - Olavo de Carvalho/ZH - 04.09.2005
"Quando todas as armas forem propriedade do governo, este decidirá de quem serão as outras propriedades." Benjamin Franklin
Dia 23/10, Vote 1, Vote NÃO!
NÃO ESQUEÇAM: O PIOR AINDA ESTÁ POR VIR !!!
Aí vem tudo de novo
OLAVO DE CARVALHO
Em 11 de março de 2004, mais de um ano antes do escândalo do mensalão, escrevi no Jornal da Tarde, de São Paulo: "Se por um motivo qualquer o PT cair em total descrédito e não tiver mais
condições de governar, entrará em ação o Plano B: suicidar o governo alegando que falhou porque estava muito 'à direita' e aproveitar-se da oportunidade para acelerar a transformação revolucionária do país, seja radicalizando a política oficial, seja reciclando o partido dominante por meio de expurgos e autocríticas, seja transferindo sua militância para outra e mais agressiva organização de esquerda".
Porém muito antes disso, por volta de 1993, quando a elite petista brilhava nas CPIs, encurralando os adversários sob imputações criminais temíveis sem lhes dar nem mesmo o tempo de responder, escrevi e repeti dezenas de vezes que tudo aquilo não era senão a tradicional camuflagem leninista dos crimes incalculavelmente maiores que os próprios acusadores já estavam preparando ou cometendo naquele mesmo momento.
Não disse nada disso por adivinhação.
Estudei a psicologia esquerdista ao longo de toda a minha vida adulta, para me livrar das obsessões que a freqüentação dessa gente havia incutido na minha mente juvenil, e tudo o que escrevo a respeito é baseado em deduções tiradas de precedentes históricos abundantes, bem como dos princípios estratégicos que os produziram.
Nas duas ocasiões, ninguém quis me ouvir. Até intelectuais soi disant liberais riam do que chamavam de minha paranóia antipetista. No Brasil é assim: as pessoas julgam tudo pela impressão de verossimilhança, ditada pela onda do momento, e não por estudo sério do
assunto. E, quando descobrem que erraram, inventam logo explicações anestésicas
para se iludir de que são mais inteligentes do que quem acertou. Para usar os termos do doutor Freud, sua mente é conduzida pelo princípio do prazer e não pelo princípio de realidade.
Querem sentir-se bem, e não entender o que acontece. Querem imaginar-se normais enquanto vivem de fantasias, e por isto tapam olhos e ouvidos ante a extravagância das situações. Não percebem o quanto é doente a sua simulação de normalidade.
Tenho a certeza de que, mesmo depois de tudo o que aconteceu, os "formadores de opinião" deste país não vão querer me ouvir sobre o capítulo seguinte da história, que eles mesmos estão
ajudando a escrever. Esse capítulo está planejado para ser a repetição exata do anterior, apenas com o PT trocado pelo P-Sol e o senhor Lula pela senhora Heloísa Helena, a nova encarnação da
santidade comunista.
Lembro aos distintos - em vão, reconheço de novo - que essa senhora jamais protestou contra a aliança PT-Farc, contra a presença de narcoguerrilheiros armados treinando bandidos nos morros cariocas, contra a ocultação geral da existência do Foro de São Paulo, contra a bandalheira sangrenta de Hugo Chávez na Venezuela, contra a opressão contínua do povo cubano pela polícia secreta mais assassina e torturadora da América Latina - contra nenhuma das condições estratégicas que, no plano continental, prepararam a montagem discreta e eficiente da máquina criminosa do PT.
Bem ao contrário, a moralidade do seu partido pode ser avaliada pela acolhida respeitosa que dá a um notório assassino de crianças, o senhor Achille Lollo, terrorista italiano que ateou
fogo à casa de um inimigo político, matando queimados os dois filhos do infeliz.
Condenado pela Justiça da Itália, o senhor Lollo andou foragido por muito tempo e reapareceu no Brasil, onde permanece sob a proteção do governo petista. O senhor Lollo é um dos principais teóricos e mentores do P-Sol - e o P-Sol é, exatamente como o PT, membro ativo do Foro de São Paulo, colaborador da estratégia continental de Fidel Castro e Hugo Chávez, parceiro portanto das Farc e do MIR chileno. Não é preciso dizer mais nada.
Transferir para o partido da senhora Heloísa Helena o manto de idoneidade fingida que escorregou dos ombros do PT é cair de novo no mesmo engodo, com a obstinação duplamente culpada de quem, tendo negado a verdade uma vez, se crê por isso mesmo autorizado a negá-la
de novo e de novo e de novo, até a crise final num paroxismo de loucura.
"Quando todas as armas forem propriedade do governo, este decidirá de quem serão as outras propriedades."
Benjamin Franklin
Dia 23/10, Vote 1, Vote NÃO!
Olavo de Carvalho é Filósofo
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