Okamoto chora...
do blog do josias na folha
Paulo Okamotto, o bom amigo, anda angustiado. Concedeu uma entrevista a Soraia Aggege. E chorou no instante em que falou do assédio da CPI do Fim do Mundo às suas contas bancárias. Confirmou ter liquidado, com dinheiro do próprio bolso, a dívida de R$ 29,4 mil de Lula com o PT. E disse que jamais assumiria de novo o posto de tesoureiro de campanha. “Depois do Collor e do PC Farias, ficou uma maldição”, disse. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:
- Por que não autoriza a quebra do seu sigilo bancário?
Não há dificuldade de a CPI obter informações do meu sigilo. Só que o processo está errado. Como está montado, para uma devassa em minhas contas, é uma coisa que, como cidadão, não quero discutir.
- Por que não?
(Às lágrimas) Sabe o que acontece? Eu tenho uma trajetória de luta. Na época das greves, você era detido e o cara ameaçava: ‘você aí, cala a boca, fica aí, quietinho de pé, ou vai ficar preso.Presenciei muitas cenas assim, de autoritarismo. Foi uma humilhação permanente. A gente que tem uma trajetória mais popular pensa: por que querem quebrar o meu sigilo? Tem dinheiro de empresa, de Valério na minha conta?
- Mas tem o pagamento de uma conta do presidente...
Claro que tem. Eu tenho salário para fazer isso.
- Há suspeitas de uso de dinheiro do valerioduto. Amigos seus dizem que sua renda não permitiria tal generosidade.
(...) Tenho uma pequena empresa de brindes que tem receita, tenho uma aposentadoria também. Ganhou R$ 24 mil no Sebrae, mais a aposentadoria, a empresa. Creio que tenho uns R$ 30 mil brutos por mês.
- Como foi o pagamento da conta do Lula?
Fui cuidar da rescisão do Lula (no PT) e o pessoal levantou todas as pendências dele, desde 97. Eram lançamentos para viagem (...). As despesas de dona Marisa também foram lançadas para o nome do Lula.
- A situação estava irregular?
Bom, como já estava lançado e a contabilidade do partido tem que ser aprovada pelo Tribunal Eleitoral, e como estava aprovada, não quiseram mexer naquilo e ficaram insistindo na cobrança. E eu não queria criar um constrangimento entre o tesoureiro (Delúbio Soares), o partido e o presidente da República (...). E a única forma de resolver isso era fazer o ressarcimento ao partido em nome do Lula. Ainda que ele não pudesse dar o dinheiro. Mas ele (Delúbio) disse que para fazer isso tinha que ser em dinheiro (...). Então eu resolvi pagar do jeito que eu podia. Arrumei os recursos, juntei, saquei, peguei dinheiro que pedi para minha mulher retirar lá. Fiz as parcelas e paguei.
- Pagou também contas da Lurian (filha de Lula)?
É folclore. Dizem que sou contador do Lula. Não sou, não.
- O sr. Já foi tesoureiro. Como vê a atuação de Delúbio?
Fui tesoureiro da Frente Brasil, em 89, e do sindicado. Depois, não fui mais. Mas acho que as campanhas políticas levam as pessoas a fazerem dívidas (...).
- O presidente pode escolhê-lo para as finanças desta campanha?
Não voltaria porque isso precisa ser feito por quem tem mais relações (...).
- O cargo seria um problema?
Acho que há uma maldição dos tesoureiros. Depois do Collor e do PC Farias, ficou uma maldição. Já estou afastado desde 92 e não me disponho, não.
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