"...tempo, tempo, tempo, mano velho..."

"...fique comigo, seja legal, conto contigo pela madrugada ..."

Friday, August 18, 2006

Allah Hu Akbar e o povo na miseria

Ilan Gottlieb

Nestas duas últimas catastróficas semanas, li uma coluna de opinião do jornal Washington Post que diz: "O maior erro que Israel pode fazer agora é esquecer que o próprio país Israel é um erro". Eu, como judeu e como ser humano, já estou cansado de ter que justificar a minha existência no planeta. Depois de inúmeras perseguições ao longo da história (o Holocausto, a Inquisição e os pogroms na Rússia são apenas três exemplos), e nas asas dos movimentos nacionalistas do final do século 19, os judeus perceberam que só um país soberano judaico poderia assegurar a segurança do povo; a história já demonstrou que não podemos confiar no sentimento de justiça humana para vivermos em paz. O local escolhido foi a antiga terra de Israel, de onde os judeus se espalharam há dois mil anos, e para onde os judeus direcionam suas orações todos os anos desde então.

Fato: Ao longo desses dois mil anos de exílio, sempre houveram judeus em Israel. A palestina do século 19 era dominada pela Turquia e depois pela Inglaterra. Lá viviam povos árabes em aldeias, sem nenhuma identidade nacional. Desde que os primeiros sionistas chegaram à terra de Israel (comprando as terras árabes), foi sempre absolutamente explícita a vontade dos judeus de se criar um país multi-étnico, onde árabes e judeus vivessem lado a lado. Essa esperança persiste até os dias de hoje, tendo as lideranças árabes rejeitado todo e qualquer proposta real de convivência pacífica.

Fato: Em Novembro de 1947, a ONU, em votação na assembléia geral, determinou que houvesse a partilha da terra entre as duas partes. Na época, a ONU era presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, quem teve grande contribuição para a formação do Estado. Nessa partilha, os judeus teriam apenas uma pequena

fração da terra que hoje é Israel. Os judeus aceitaram imediatamente a partilha (e a comemoraram dançando nas ruas de Tel Aviv), mas esta foi totalmente rejeitada pelo árabes, os quais lançaram uma sangrenta guerra no dia seguinte à declaração de independência do Estado de Israel.

Fato: Em 1967 a coalizão árabe formada pelos poderosos exércitos do Egito, Síria, Jordânia, Arábia Saudita e Líbano (com o apoio da Líbia e do Iraque) iniciaram uma nova guerra, na qual Israel conquistou do Egito, a faixa de Gaza e o Sinai (este último mais tarde trocado pela paz que perdura até os dias de hoje); da Jordânia, a Cisjordânia e Jerusalém - a capital de Israel; e da Síria, o Golan e as fazendas de Sheeba ao norte de Israel.

Numa conferência em Kartum após a guerra, a Liga Árabe unanimamente declarou os três NÃOS: Não ao reconcimento à existência de Israel, Não à paz e Não às negociações. Pouca coisa mudou desde então.

Fato: Nessa Guerra dos Seis Dias, milhares de palestinos fugiram ou foram expulsos de suas terras, a maioria se refugiando na faixa de Gaza, Cisjordânia e sul do Líbano. O Egito recusou a oferta Israelense de anexar Gaza e absorver esses refugiados, apesar da enorme crise humanitária. A Jordânia se recusou a fazer o mesmo com a Cisjordânia. No Líbano, até hoje - 40 anos depois - é negado aos irmãos árabes refugiados palestinos direitos plenos de um cidadão Libanês. Eles não têm identidade Libanesa, não têm direito à carteira de trabalho, saúde pública, e finalmente não têm direito a viver fora dos campos de refugiados nos quais persistem em total miséria. Vivem em Israel 1 milhão de árabes-israelenses, com direitos plenos à saúde, justiça e trabalho, como qualquer cidadão judeu. Há em Israel 3 partidos árabes, com cadeiras no parlamento.

Fato: As cartas fundamentais do Hamas e do Hezbolah (e de muitos outros movimentos terroristas) clamam à DESTRUIÇÃO do Estado de Israel, não a paz, não a convivência. A carta da OLP também tinha esse mesmo parágrafo até que nos Acordos de Oslo em 1993 a OLP reconheceu o direito de Israel de existir.

Fato: Em 1982 Israel invadiu o sul do Líbano porque o Hezbolah estava desde aquela época lançando foguetes em cima da população civil ao norte de Israel. O objetivo foi criar uma "zona tampão", para que não houvessem mais lançamentos. Em 2000, Israel retirou incondicionalmente suas tropas do sul do Líbano (em plena observância das resoluções da ONU), com a promessa que o exército Libanês militarmente ocupasse aquela região e controlasse o Hezbolah. Depois de 6 anos, nos perguntamos se deveríamos ter saído ou não.

Fato: A Palestina é a região do planeta com a maior quantidade de ajuda financeira internacional per capita. É impressionante como o Sr. Yasser Arafat pôde ter deixado de herança para a sua esposa 300 milhões de

dólares, apenas recebendo salário da autoridade palestina. Numa recente pesquisa de opinião, a maioria dos palestinos disseram que votaram no Hamas porque achavam que, por serem um partido religioso fundamentalista, eles acabariam com a corrupção da Autoridade Palestina. Esses caras definitivamente não

conhecem Bispo Rodrigues e Garotinho.

Sobre o atual conflito, 4 pontos são unânimes e factuais:

1. O Hezbolah e o Hamas capturaram e mataram soldados e civis Israelenses dentro da fronteira de Israel, sem nenhuma provocação.

2. Esses ataques não foram feitos por pessoas desgarradas dentro do movimento, mas sim cuidadosamente planejados pela liderança desses dois movimentos terroristas.

3. Irã e Síria dão apoio logístico, financeiro e político a esses dois grupos. Esses ataques certamente tiveram a luz verde (e muito provavelmente a prórpria motivação) desses dois países. É curioso que o sequestro dos dois soldados e o assassinato de oito aconteceu dois dias antes da reunião do G-8, na qual iria ser discutido a ida do Irã ao conselho de segurança da ONU. Como era previsível, o encontro foi dominado pelas discussões sobre a atual crise no Oriente Médio, nada foi falado sobre o programa nuclear Iraniano.

4. Israel tem o direito de se defender militarmente quando atacado, de forma a proteger a sua população. Em resposta à pergunta se as ações Israelenses foram "desproporcionais", reflitamos como qualquer outro país nesse planeta responderia a ataques com foguetes contra sua população civil. O Hezbolah atua no meio de centros populacionais e usa a populacao civil como escudo; não seria mais adequado classificar essa atitude como inaceitavel? No momento, em Israel, há 1 milhão de pessoas sobre o alcance dos foguetes do Hamas e Hezbolah.

Com base nesses fatos e em outros não descritos aqui, eu acuso os governos árabes da Síria e do Irã de usar o ódio aos judeus como forma de governo. Em vez de promover democracia e desenvolvimento humano, controlam suas populações ignorantes e miseráveis direcionando-as contra Israel, escondendo o fato evidente que a população é miserável por causa de seus próprios governantes tiranos, nihilistas e ditatoriais. Perpetuam as oligarquias bilionárias do petróleo, enquanto o povo vive na miséria. É no mínimo curioso como mais de 50 anos de bonância financeira petrolífica não gerou um só prêmio Nobel, não melhorou em nada a qualidade de vida da população, fazendo com que em pleno século XXI ainda existam no planeta países que vivem na idade média, onde 3 mulheres têm o seu clitóris mutilado a cada minuto. E fazem isso tudo em nome de deus.

Eu acuso os governos árabes de massacrar a sua população, de usar a população civil como escudos humanos, de manter propositalmente seu povo na miséria, de nunca ter perdido a chance de perder mais uma chance para a paz, de educar ódio e não amor.

Eu acuso a mídia internacional de retratar o conflito de forma torta, enviesada e sem base histórica. Infelizmente, a maior parte dos jornalistas são ignorantes no assunto, se tornando muito capazes em analisar uma cena, mas nunca o filme inteiro. Acuso a mídia de tratar o assunto com tremendo relativismo moral, no qual exige de Israel o que não se exige de nenhum outro país no mundo. Fico abismado com a facilidade em se criminalizar Israel, um país democrático no meio de 22 ditaduras árabes, onde luta-se diariamente pela existência. Não por um pedaço de terra, mas por sua própria sobrevivência.

Me solidarizo com a população árabe, especialmente a Libanesa, que sofre imensamente vivendo sob regimes tirânicos, usando a fé islâmica para seus próprios interesses malévolos. Cito Golda Meir, ex-primeira ministra de Israel: "A paz chegará quando eles [os árabes] amarem mais aos seus filhos do que odeiam a nós".

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