Reflitam, reflitam!
Dir-se-á que o autor é o "profeta do Apocalipse". Não é. Assim como o Olavo de Carvalho, a Maria Lucia Victor Barbosa e uns poucos outros, trata-se de alguém que consegue vislumbrar o futuro e assusta-se com o que vê. Um futuro do qual suspeitamos e não queremos acreditar possível, mas que avança sobre nós, firme e determinado. A menos que haja uma reviravolta, suas suspeitas tornar-se-ão, muito em breve, uma cruel realidade. As ações recentes, tanto do MST quanto do MLST e de outras organizações igualmente perigosas máxime por contarem com o apoio do governo, deixam isso bem claro. OJBR
VITIMA E ALGOZ
14/06/2006
A mim não me surpreende a tendência das últimas pesquisas de opinião, que revelam que Lula será consagrado, ainda no primeiro turno das próximas eleições, seguindo a passo firme para um segundo mandato presidencial. Será talvez o marco político mais relevante da nossa história nas últimas décadas e certamente o mais importante desse início do século XXI. O significado do continuísmo petista nós bem o sabemos: será a aceleração da implantação do socialismo, na sua versão mais moderna, que mistura o distributivismo populista em favor dos chamados excluídos com práticas mercantilistas que favorecem os grandes monopólios, em especial aqueles que se encontram estatizados ou em vias de sê-lo. Recentemente o MST (!) colocou na sua pauta de reivindicações reestatizar a Vale do Rio Doce. Setores inteiros, como o bancário, que há anos fazem do governo seu principal cliente, têm batido recordes sucessivo de rentabilidade e não se cansam de financiar o petismo.
Esse aparente paradoxo tem uma racionalidade. O novo coletivismo incorpora na sua liderança a plutocracia, que rejeita as teses do liberalismo, seja por cegueira ideológica, seja por oportunismo, seja por cinismo puro e simples. O grande capital – e não apenas o nacional – financia o que de fora pareceria ser seus maiores inimigos. Não falta dinheiro para organizações não governamentais cujos nomes indicam precisamente o contrário daquilo que fazem. Aquelas dedicadas à reforma agrária não querem trabalhar em nada, muito menos no campo; as de direitos humanos defendem abertamente o "direito" dos criminosos realizarem suas práticas profissionais, especialmente os criminosos políticos; as indígenas lutam pela cizânia da Nação, até mesmo com internacionalização de parte do território nacional; as "pela paz" para que a guerra dos meliantes continue a ser um ataque unilateral dos celerados contra os bons cidadãos, fazendo centenas de mortos todas as semanas; os pela democracia e liberdade para que triunfe o socialismo, a ponta-de-lança do totalitarismo em vias de ser implantado.
Lula reeleito isolará ainda mais o Brasil do comércio internacional, atrelará ainda mais a política externa aos interesses do Foro de São Paulo, quebrará todos os protocolos de disciplina fiscal e monetária, como se houvesse atalhos para o desenvolvimento econômico que não passem pela ordem na moeda e nas contas públicas. A falência do Estado será mera questão de tempo, com a volta da inflação galopante e a quebra internacional imposta pela escassez de moeda forte. Veremos a hipertrofia dos movimentos paramilitares que têm destruído fazendas no meio rural, prédios públicos nas grandes cidades, tomado imóveis urbanos e orquestrado as rebeliões carcerárias, verdadeiro atestado da falência da autoridade do Estado, que deixou de mandar até sobre os seus prisioneiros. A vida como ela é, ou seja, ordeira, pacífica e sem sobressaltos acabará. Passaremos a viver o dia-a-dia das paralisações abusivas dos sindicatos, as ameaças dos falsos "movimentos sociais", a guerrilha rural treinada e financiada desde fora do país, as mobilizações paralisantes contra e a favor das palavras de ordem dos bolcheviques. Acabará qualquer resquício de segurança jurídica, ficando as forças do Estado a serviço do arbítrio dos chefes revolucionários, ainda uma vez feitos autoridades pelo poder do voto.
É claro que o projeto de reeleição depende fundamentalmente do eleitorado. É necessário compreendê-lo, portanto. Por que a vítima elege alegremente o seu algoz? Esse é um enigma fácil de decifrar. Vivemos há décadas sob o manto da desinformação mentirosa dos partidos revolucionários. Desde a grande imprensa, passando pela televisão, pelos livros escolares, pela pregação dos professores em sala de aula no nível médio, pela escancarada militância dos centros universitários em busca da revolução, tudo foi feito para enganar o chamado homem comum, o eleitor médio. Ele sabe por instinto que não há alternativa ao modo natural de viver, que é trabalhar, respeitar a lei, cuidar dos filhos, procurar prosperar pelo próprio esforço, estudando e se esforçando continuamente. Sabe que tem que enfrentar os percalços da existência. Mas o que ele escuta na mentira propagandista é que esses percalços são culpa do Estado, do neoliberalismo (!), da falta de militância política revolucionária. E resolveu acreditar nessa lorota.
O que se viu foi o triunfo da mentira sobre o senso comum. Aliás, o senso comum tornou-se a mentira institucionalizada, invertendo tudo. Será então, esse eleitor alienado de Lula, vítima ou algoz de si mesmo e de toda a Nação? Não há dúvida que é algoz. Porque não se pode perdoar a ninguém, sobretudo nos tempos de hoje, a ignorância abjeta, mais das vezes conivente, de "resultado". Esse homem tem dado a sua liberdade, o bem mais precioso, em troca de muito pouco, por vezes de uma bolsa-esmola qualquer ou uma vale aviltante. Até porque sabemos que a pobreza no Brasil é fabricada porque o sistema econômico é impedido de dar seus frutos potenciais. São os lobos cevando os cordeiros para seu repasto pantagruélico.
Isso quando falamos dos mais pobres. O que dizer dos melhor aquinhoados? Vejo as últimas pesquisas de opinião e descubro que Lula cresceu no Estado de São Paulo. Aqui a névoa da mentira cobriu as mentes. Esse eleitor não tem sequer o que dizer, está trocando a liberdade por nada, porque nem cliente do Estado é. Ao contrário, São Paulo é quem paga a conta, via impostos, do distributivismo populista que está a ocorrer Quem mora aqui é que paga, em sua maior parte, a conta de tudo. É a escravidão voluntária e cega. É a entrega alegre do corpo ao carrasco ímpio.
Meus amigos, assim vai o Brasil. A menos que aconteça um milagre vamos adentrar o túnel negro do totalitarismo. Sabemos como começará, mas não como terminará. Um banho de sangue é o mínimo que espero como preço de sua superação.
Nivaldo Cordeiro
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