PT abandona ética e parte para o crime organizado
Wálter Maierovitch
Colunista do Jornal do Terra
Corromper autoridades e contratar bons advogados para a defesa dos acusados são regras de sobrevivência do crime organizado. Por essas regras, nenhum companheiro deve ficar no sereno. No caso de se topar com policiais e juízes não corruptos, ou de a defesa apresentada pelo advogado falhar, outras garantias mafiosas são dadas. Assim, a associação delinqüencial assegura "mensalão" à mulher e aos filhos do criminoso preso.
Além do "mensalão", a organização criminosa garante a seu integrante preso privilégios e regalias nos presídios. Tudo sem prejuízo da continuação da assistência judiciária, em busca de revisão criminal, habeas-corpus, livramento condicional, prisão albergue, detração penal, etc. Evidentemente, tudo é planejado para evitar os riscos de delações. Algo que levaria ao comprometimento dos superiores hierárquicos, "chefões", do delinqüente preso. Dessa maneira constrói-se um muro para proteção dos chefões e para a preservação da organização criminosa. Fora isso, existe a intimidação difusa. Em outras palavras, aquele que romper o silêncio morre, dentro ou fora da cadeia. É a chamada "omertà", ou seja, a lei do silêncio.
Uma das maneiras de se quebrar essa blindagem é a oferta de prêmio, pelas delações. A propósito, as delações premiadas foram intituídas no século 19, pelo jurista Rudolf Von Lhering. Esse jurista percebeu como seria, nos séculos vindouros, a escalada da criminalidade organizada e as dificuldades para se chegar aos chefões. Lhering tinha razão. Como regra, as cadeias são verdadeiros aquários de peixes miúdos. Como se percebe, nesse escândalo verde-amarelo do chamado "mensalão", há uma forte pressão de matriz mafiosa para se proteger e não deixar Delúbios e Marcelos no sereno. Sem esforço, o internauta já pode perceber os movimentos para acabar com as delações premiadas. E a palavra de ordem é a ética. Dá para engolir num tempo em que o PT abandonou a ética e partiu para o crime organizado.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home