Alerta Oportuno
Homilia de alerta do Cônego JOSÉ GERALDO VIDIGAL, professor em Mariana uma voz pastoral de vigilância ponderada.
VALE A PENA LER.
Um Alerta Oportuno
Segundo fontes confiáveis, está em andamento a criação de um "Mercosul da guerrilha", patrocinada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Trata-se de se difundir uma ideologia revolucionária e uma ação, via guerrilhas. Um movimento de extrema esquerda, liderado por uma entidade das mais hábeis e das mais bem equipadas forças amotinadas da América do Sul. É o ramo militar do Partido Comunista Colombiano que continua agindo. O grande objetivo do esquerdismo é obter o poder total do Estado. Portanto, caminho aberto para o despotismo, para governantes com "mão de ferro", piratagens, terrorismo, multiplicando-se as execuções sumárias até a supressão total da liberdade de imprensa e de todos os direitos do cidadão. A ligação estreita entre os presidentes de Cuba, da Venezuela e da Bolívia merece especial atenção dentro deste quadro. Aí, precisamente, o terreno escorregadio no qual não pode se meter o governante brasileiro que precisa se precaver no trato com estes seus "companheiros".
O perigo das esquerdas é falar de democracia para encobrir seus planos de dominação. Sob a capa de regime libertário que quer a promoção dos pobres e marginalizados a militância visa o totalitarismo e a escravidão mais absurda de todas as camadas sociais. A pessoa humana passa a ser considerada como uma mera parte do todo social. O direito de propriedade é espezinhado. O coletivo, representado pelo Estado, o qual, como órgão de um partido político e de uma determinada classe, se torna o fim supremo do ser humano. É a antítese da verdadeira democracia, pois no regime totalitário tudo é controlado pelo Estado que fiscaliza a vida das famílias, os grupos profissionais, sindicatos, tudo a serviço do caudilho e seus comparsas.
É a consagração do direito da força sobre a força do direito. Daí porta aberta para todo tipo de corrupção sem impunidade, para desvios e crimes. O tirano se firma no poder através da intimidação permanente, ameaças e violências de toda sorte. O imanentismo socialista é essencialmente materia-lista e tende a esmagar as forças espirituais . Os fins do totalitarismo esquerdista são sempre maus porque são atingidos com o massacre da dignidade humana e pelos caminhos tortuosos dos crimes mais hediondos, banido todo o sentimento de justiça. A espoliação é o instrumento básico para a expansão totalitária. Eis por que os que prezam a justiça social fundada sobre a solidariedade, a lealdade, o amor, o direito devem estar de atalaia e não se deixar engodar por falsos líderes que, por meio dos sofismas mais refinados, sabem ludibriar até conseguir seus infames intentos.
O grande problema é a imaturidade do Estado nacional em muitos países da América latina, ou seja, a falta de integração nacional. Grande parte dos políticos desta parte do planeta sabe explorar e cultivar a ignorância das massas. Daí colocarem a população na dependência do Estado, com soluções assistencialistas que impedem a promoção social. O que é preciso para que o Brasil não venha a formar um quarteto fatídico com Cuba, Venezuela e Bolívia é lutar por uma participação mais consciente do povo na vida política do país e não uma participação ilusória através da falsa democracia do voto de cabresto, que é uma mancha na história deste país. Medidas paliativas que não reduzem as desigualdades sociais só servem à essência dos políticos que visam a dominação.
É preciso se denuncie sempre a impostura da verdade detida por um grupo, geradora da intol' erância. É mister passar no crivo a ordem aparente das coisas. O conforto dos vencedores se ali-menta sempre da servidão das vítimas e da dor dos iludidos. Se é verdade que cumpre sempre estimular um crescimento que rompa estruturas econômicas e sociais arcaicas, o recurso às armas, à guerrilha seria o pior de todos os retrocessos. Não se pode, por tudo isto, subestimar as potencial' idades revolucionárias em curso na América Latina sob pena de amanhã ser tarde demais!
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana - MG
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