Continuando o caso FARC e, por enquanto, silêncio
Governo faz de conta que o caso Farc-PT está terminado, mas, na surdina, manda apurar quem vazou
Policarpo Junior
Dida Sampaio/AE
O senador Demostenes Torres: "Alguém está mentindo"
A polêmica em torno da suposta doação de 5 milhões de dólares da guerrilha colombiana à campanha eleitoral do PT em 2002 desdobra-se em dois planos no governo. Aos olhos do público, dá-se o assunto por encerrado. Na semana passada, VEJA publicou duas novidades sobre o caso. O espião que levou à Agência Brasileira de Inteligência a informação de que as Farc pretendiam ajudar a campanha petista confirmou que fez vários relatos sobre o assunto – e não apenas um, como disse a Abin. O coordenador da investigação na Abin, o coronel Eduardo Adolfo Ferreira, por sua vez, contou que a informação sobre a ajuda financeira foi demoradamente investigada e chegou-se até a encontrar indícios de que pelo menos uma parte dos 5 milhões de dólares efetivamente entrou no Brasil – ao contrário do que a Abin disse publicamente. Apesar dos dois desmentidos públicos a respeito de sua versão oficial, a Abin considerou o assunto encerrado. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Felix, por meio de nota, mandou dizer que nada mais tem a comentar sobre o assunto.
Nos bastidores, longe dos olhos do público, o governo mantém o caso aceso. O diretor da Abin, Mauro Marcelo de Lima e Silva, abriu uma sindicância para descobrir quem vazou a existência dos arquivos que abordam as relações financeiras entre as Farc e o PT. Um dos servidores convocados é o atual diretor adjunto do órgão, José Milton Campana, que, na época das investigações, entre 2002 e 2003, chefiava o coronel Eduardo Ferreira. Era também no gabinete de Campana que se digitavam os relatórios secretos sobre o caso. O senador Demostenes Torres, do PFL de Goiás, parece ter sido um dos poucos a perceber que o assunto está longe de ser encerrado. "As versões apresentadas pelo espião e pelo coronel são antagônicas às apresentadas pelo diretor da Abin e pelo general Felix", diz ele. "Alguém não está dizendo a verdade." Por isso, o senador já pediu que a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso tome o depoimento do espião e do coronel.
Cristiano Mariz
General Felix, para quem o caso Farc-PT está encerrado: uma nota de silêncio, apenas
Será a segunda investigação em curso sobre as Farc. A outra foi revelada por reportagem publicada pelo jornal Estado de Minas, na semana passada. O jornal informou que, na fronteira entre a Colômbia e a Amazônia brasileira, foi encontrada uma lancha carregada com medicamentos de combate à leishmaniose. A lancha, abandonada depois de um acidente, foi achada no ano passado, mas de lá para cá descobriu-se que os remédios que transportava haviam sido desviados dos estoques da Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas – e estavam misturados a armas e munições. Suspeita-se que funcionários estaduais, em associação com guerrilheiros, tenham feito o desvio. O Ministério da Saúde está investigando o caso.
Veja - 30/03/2005
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