"...tempo, tempo, tempo, mano velho..."

"...fique comigo, seja legal, conto contigo pela madrugada ..."

Thursday, June 30, 2005

Sobre os bares da vida...

Não conheco o autor mas me achei legal, parabéns prá ele!

Ode ao bar, boteco, barzinho
Adriano Mello Costa
Ah...os bares dessa vida...
Quantas angústias, sorrisos, histórias despejadas nesses arremedos de vida comum
Sem os bares não seriamos muita coisa
Sentados em suas cadeiras somos mais felizes, mais soltos, mais sonhadores
Em suas esquinas esquecemos da conversa que consome a grande maioria do nosso dia
Não falamos mais tanto nas contas a pagar, no trabalho, nos problemas
Não gastamos mais tempo com Jeffersons, Dirceus, Ronaldinhos e Parreiras da vida
Somos apenas nós mesmos multiplicados por mil
É onde nos permitimos viajar um pouco, fantasiar
Somos capazes de tudo, mentimos, contamos histórias, lembramos fatos inusitados
Nos tornamos o cara mais bonito, mais foda, mais rico da cidade em alguns minutos.

Ah...quantos bares nessa vida...
Bares de todos os tipos, barzinhos, botecos, chopperia, barzões
Remédio para curar mágoas, confessar pecados, comemorar alegrias
Lugares para se paquerar uma mulher bonita, atraente, envolvente
Pois na verdade nós homens só deixamos mais feios esses ambientes
Lugar de mulher também é em bar sim senhor, com toda sua beleza e encantamento
Espalhando seu perfume e charme pelas mesas ao redor, povoando mentes com desejo
Nos bares encerramos amores, consertamos horrores, construímos pequenos delitos
Somos ao mesmo tempo, herói e vilão, réu e júri, anjos e demônios
Esquecemos de tudo e de todos, do tempo, nos tornamos livres, prontos para sair ao leú
A cada cerveja gelada nos adaptamos a uma nova conversa, uma nova vida.

Ah...bares amigos por essa vida...
Traçamos uma relação de amor verdadeiro com esses estabelecimentos
Mas um amor libertário, sem amarras, cobranças, quase anárquico
Paixões antigas ficaram na memória como o Aconchego dos Amigos, o Campeão
Em outros termos, saudades do Colarinho Branco, Pingüim e o democrático Parlamento
Quantos porres, noites mal dormidas, manhãs de ressacas brabas, remédios baratos
Mas também, quantas historias a serem contadas, a serem ouvidas e apreciadas
Quanta coisa aprendemos entre uma porrinha, um flapt, um nivelamento de copos
Aprendemos não o que se ensina na escola, mas o que só se ensina vivendo
Os bares são o último reduto da nossa fantasia, uma alegoria da ilusão da vida
São onde fazemos um pouco do que sempre quisemos fazer.

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